quarta-feira, 14 de março de 2012



 

Estes poemas foram escolhidos porque de certa forma nos transmitem mensagens.
O poema que escolhemos é o "Bocados", pois aborda temas sobre o amor.







Turbilhão de amor




Fazemos uma escolha
a reviravolta acontece.
Sentimos o perigo
não somos impedidos de avançar,
procuramos o calmo
encontramos um turbilhão.
Já são dois caminhos
inicio da confusão.
Queremos o melhor
nada vamos encontrar
apenas encontramos
o coração a quebrar.

Fábio Mendonça / Francisco Marques


Bocados

  


Deus quer
a mulher também
Adão não




Quero
um homem
um homem
que goste de mim
e de que eu goste
(não quero
um velho)




Versos rebuscados
como rebuçados


Beijo-te
 e vejo-te
e no beijo
estamos


Atam-nos
e matam-nos



A metáfora
é a errata


Com o amor
recusado
é preciso
ter cuidado


Sou a tua
namorada
não preciso
de mais nada



Rico entrar
no Paraíso!
diz o preto






Meteorológica

Deus não me deu
um namorado
deu-me
o martírio branco
de não o ter


Vi namorados
possíveis
foram bois
foram porcos
e eu palácios
e pérolas


Não me queres
nunca me quiseste
(porquê, meu Deus?)


A vida
é livro
e o livro
não é livre


Choro
chove
mas isto é
Verlaine


Ou:
um dia
tão bonito
e eu
não fornico


A solidão
de Adão
antes da criação
de Eva
devia ser
terrível
mas a minha
é bem pior
os homens
que escreveram
o Génesis
não pensaram
que Adão
em vez de saudar
Eva
com um grito de júbilo
a mandasse embora
com sete pedras na mão
mas eu acho
que foi
o que me aconteceu
temendo isso
Deus
não me deu
o papel de Eva
nem o de Maria
porque também
S. José
me tinha corrido
a pontapé

 

 


terça-feira, 13 de março de 2012

Adilia Lopes



Adilia Lopes - Biografia














"Adília Lopes e Maria José da Silva Viana Fidalgo de Oliveira são uma e a mesma pessoa. São eu. Como uma papoila é poppy. E muitos outros nomes que eu não sei. A Adília Lopes é água no estado gasoso, a Maria José é a mesma água no estado sólido. Eu sou uma mulher, sou portuguesa, sou lisboeta, sou poetisa, sou linguista (todos somos), sou física, sou bibliotecária, sou documentalista, sou míope, nasci a 20 de Abril de 1960, sou solteira, não tenho filhos, sou católica, tenho os olhos castanhos, meço 1,56 m, neste momento peso 80 Kg, uso o cabelo curto desde 1981, o cabelo é castanho escuro com muitos cabelos brancos.(…) É claro que o poeta é sempre o idiota da família, o maluquinho."

Adília Lopes


 Poemas

Tenho uma vida
a viver
e uma morte
a morrer
Tenho nós
dentro de mim
que tenho
de desatar
Tenho nós
dentro de mim
que me estão
a estrangular